1. Pra Minha Iaiá (Luis Carlos)
1. Não Há Razão (Bira Quininho)
Este blog tem como grande meta divulgar as gravações feitas pelo grande mestre. Não nos importaremos com a qualidade das composições ou das gravações. Aqui tem Música pra todos os gostos, passando por todas as vertentes do Samba, chegando até em outros estilos, como choro, marcha e frevo. O único requisito é que o Carlinhos tenha participado com seu cavaco malandreado.
Rapaziada, estava demorando para a gente postar um disco do CONJUNTO NOSSO SAMBA. E viemos com um baita disco, o primeiro Lp dos Malandros. É também, talvez, a primeira gravação feita pelo Carlinhos. Desconhecemos alguma anterior. Quem souber, por favor entre em contato que publicaremos para os aprendizes!
Taí o disco prometido na publicação abaixo e que a malandragem acompanha o Nelson Cavaquinho em dois sambas. Além desses sambas, ele participa também da faixa 4 ("Cantos Afros" do ótimo Roque do Plá que interpreta sua composição) e também da faixa 09 ("Liberdade"), onde mostra mais uma vez sua versatilidade na condução das músicas, harmonizando ritmos africanos.
"Alguém precisava escrever um livro sobre o Nelson. Era uma pessoa muito irreverente. Muito brincalhão. Gostava de tomar as bebidas dele, tomava bem. Era um boêmio. A gente saía muito em grupo, nessa época Zé, Elton, Jair do Cavaquinho, o Nelson. Voltávamos dessas reuniões de ônibus, já de manhãzinha. Eles iam juntos, para o mesmo subúrbio; o [governador Carlos Lacerda tinha dado casas para o Zé, para Jair e para o Nelson. E acontecia o seguinte -não foi uma nem duas vezes, não. A gente vinha no ônibus, até a Central. Chegava na Lapa, o Nelson saltava. E o Zé dizia Pô, Nelson, vambora. Que nada, ia para a Lapa. Ficava assim dias. Dias. Foi o único cara que eu vi cantar samba para peixeiro, antes da feira. Eu presenciei umas histórias... Mas tenho medo de contar; porque não vai traduzir o que significa. A não ser que você desligue o gravador. [Gravador desligado]
Vocês cantavam juntos na Segunda do Samba.
A gente cantava muito no Opinião. E o Nelson era adorado. Adorado. Lembro de uma vez, ele já tinha tomado todas. Fazia um calor incrível. A galera sem camisa e chamando ele Nelson, Nelson. E ele entrou. Quando o canhão de luz acendeu, tuuum ficou estático. O conjunto (o Nosso Samba) fez a introdução e ele nem percebeu. Carlinhos do cavaquinho ficou olhando para o Nelson, esperando. E ele sacou que tinha acontecido alguma coisa. Parou e ficou olhando para o Carlinhos. E o Carlinhos, meio sem graça, olhando para ele. E o Nelson olhando para o Carlinhos, com aquele cabelo caído. Aí falou: Meu filho, não olha muito para o Nelson, não, ou... [em tom grave] você se apaixona. O Nelson. O Nelson, ele falava muito assim. Quer dizer que esse lado trágico dele convivia com o lado brincalhão. Muito, muito! Era uma figurinha. Mas tinha cada samba. Vendeu muito samba, também".